Após meses de preparação e uma infinidade de papelada e documentação, finalmente estávamos prontos para embarcar. Como de costume, chegamos ao aeroporto muito cedo, apenas João, Guri (nosso cachorro) e eu. Isa teve que ficar mais alguns dias no Brasil devido a compromissos profissionais.

A ansiedade era grande, com informações conflitantes entre a Infraero e a companhia aérea, somadas a todas as histórias que ouvimos sobre viajar com animais de estimação. Fizemos nossa lição de casa e passamos dois meses preparando o Guri para sua nova “casinha” de viagem. A Latam foi impecável no acompanhamento e condução até o embarque. Ficamos apreensivos até o último momento devido à burocracia, e eu tentei transmitir segurança tanto para João quanto para Isa, embora meu coração estivesse apertado. No final, deu tudo certo, todos foram muito atenciosos e simpáticos. Talvez um cachorro desperte o melhor nas pessoas.

Embarcamos e a viagem foi tranquila. Minha mente divagava, imaginando voltar para casa apenas um ano depois. Pousamos em Miami, acompanhando Guri pelo rastreador, sabendo onde ele estava no aeroporto. No entanto, assim que saímos do avião, a equipe da Latam nos informou que ele seria retirado primeiro. A alegria de João e Guri ao se reencontrarem foi emocionante. Com todas as malas (e eram muitas), uma bicicleta e o cachorro, precisei de ajuda para carregar tudo. Meus cunhados estavam do lado de fora esperando para dar uma mão, então eles partiram com os dois e eu peguei um táxi com o restante das malas.

Os dias em Miami também foram dedicados a ajustes, vacinação e, finalmente, pegar o Motorhome. Fizemos compras para abastecer o RV ( recreational vehicle). Eu queria pegar e sair imediatamente para estrada, mas isso não foi possível. O processo de retirada do RV também foi lento e burocrático. Saímos de casa às 10:20, pegamos o trem (Brite Line) até o centro de Miami e, de lá, um Uber. Chegamos ao local por volta do meio-dia, mas a entrega estava programada para a partir das 13:00. Ficamos lá tentando acelerar as coisas no que era possível. Assistimos aos vídeos de orientação sobre como navegar com o RV, os cuidados com a altura e comprimento, como conectar os sistemas de esgoto, água e eletricidade, e o que fazer em caso de emergência. Confesso que o local não inspirava muita confiança. Na hora da entrega, houve até um problema com o gerador que levou mais uns 30 minutos para ser ajustado.

Saímos por volta das 14:30 para passar em casa e colocar tudo para dentro. Tivemos que organizar as compras, carregar os 12 volumes de malas e instalar um suporte para a bicicleta. O resultado dessa etapa foi sair de casa às 18:00, depois de todas as fotos com a família, a louça lavada novamente e tudo devidamente guardado em cada compartimento. Comecei a me adaptar à direção, pois era como dirigir um verdadeiro caminhão. Os carros e caminhões passavam muito perto o tempo todo. Seguimos para Orlando e fomos explorando o RV no caminho. Chegamos ao Disney Wilderness às 22:00. Foi a primeira vez que estacionamos nosso “monstro” no local, de ré e à noite. João saiu para me ajudar. Depois de estacionado, tivemos que verificar se ele estava nivelado para que a geladeira funcionasse corretamente. Caso contrário, teríamos que usar calços. Com tudo feito, jantamos, tomamos banho e levei Guri para atender o chamado da natureza antes de ir para a cama. Até ai já era meia-noite.

No dia seguinte, ficamos no camping, que, aliás, era fantástico, com serviço Disney. Eu fui correr cedo e comprei nosso café da manhã na volta. Nos deliciamos com waffle do Mickey, cereais, ovos e bacon, nada mais típico. Depois, caminhamos pelo camping, brincamos com os jogos disponíveis e batemos papo sobre tudo. Às vezes, a maturidade do João me surpreende. Alugamos um carrinho de golfe para passar o dia, percorrendo a área e explorando os diversos tipos de RV e decorações que todos faziam ao redor de suas “casas”. Era realmente impressionante ver os tamanhos e estruturas que cada um trazia, com cercas, decorações infláveis e luzinhas. Curtimos a piscina e fomos assistir aos fogos de artifício do Magic Kingdom à beira d’água à noite.

Dia 12/07:

Hoje pedimos café da manhã e eles entregaram na nossa porta, um luxo para um camping. Na hora de remover o esgoto, tive um pequeno contratempo e ele escapou do cano, mas felizmente isso aconteceu em uma “pia” e nada saiu para fora. Só vimos esse sistema na Disney, então foi bom errar ali para não cometer mais erros. Deixamos a Disney com saudades, desejando ter ficado mais tempo. Tínhamos que pegar a estrada para chegar a Milton, a caminho de New Orleans. João estava curtindo a cama no topo do RV e começou o dia lá em cima. Como hoje era um dia de muita estrada, fizemos uma parada rápida no McDonald’s para o almoço. Manobrar o “monstro” não era fácil, e seguimos até o primeiro camping da rede KOA (onde ficamos muitas vezes depois). A estrutura era muito bacana, com churrasqueira, fogueira, lavanderia, salão de jogos e piscina. Colocamos o drone para voar e tirar algumas fotos. O jantar foi à base de Cup Noodles.

Dia 13/07:

Já estávamos ágeis em conectar e desconectar nosso “monstrão” no camping, sem mistério. João fez o café da manhã enquanto eu desligava tudo. Tivemos um prato de Cheerios e seguimos em frente (observe nossa culinária requintada). Cruzamos Alabama, Mississipi e chegamos à Luisiana. Apesar de passarmos por vários estados, conseguimos cumprir o plano e chegar a New Orleans a tempo do almoço. O calor estava insuportável, então decidimos deixar Guri no RV com o ar condicionado ligado no camping (mais um KOA). Pegamos um Uber até a French Quarter, percorremos a Bourbon Street e paramos para almoçar em um restaurante típico de frutos do mar. Exploramos os principais pontos turísticos, mas o calor estava demais, então decidimos voltar para o camping, que era arborizado. Retiramos a bicicleta do suporte e saímos com o skate. Aliás, essa é uma dica valiosa que tivemos sorte de descobrir. A bicicleta e o skate são muito úteis para se locomover nos campings e ao redor deles

Dia 14/07:

Mais um dia de longa viagem, pois precisávamos buscar Isa em Dallas no dia 15. Estávamos acompanhando as notícias sobre a onda de calor, o que me deixava preocupado. Se o calor fosse pior do que em New Orleans, não poderíamos sair do RV. Começamos a pensar em alternativas. Dirigimos até Shreveport sem muita empolgação, a estrada não tinha nada de especial, apenas ganhávamos quilômetros, mas as conversas eram muito boas. Como Isa chegaria com mais malas, decidimos enviar algumas diretamente para a Califórnia. Durante o almoço, paramos em um shopping, almoçamos no Outback e passamos pela UPS. O calor não dava trégua; apenas carregar as malas para dentro da loja já nos deixava suados. Fomos para o camping, um verdadeiro parque de tão grande, e mesmo assim estava bem cheio. Optamos por uma vaga mais afastada, o que preferíamos. Voamos com o drone, acendemos a fogueira e apreciamos o pôr do sol.

Dia 15/07:

Acordamos com calma, abrimos a cortina e vimos o sol nascer, fizemos um café da manhã caprichado e fomos até a área do camping chamada K9, um playground para cachorros, onde brincamos um pouco com Guri para queimar energia. Agora, éramos especialistas nas conexões do nosso “monstrão” e não demorávamos mais de 10 minutos para sair. Pegamos a estrada e entramos no Texas. A viagem foi agradável, a paisagem mudava, a estrada estava perfeita e o tempo passou rápido. Nossa primeira parada gastronômica planejada, o David’s, indicado como típico da região, estava fechada para férias, nos deixando com um gosto de decepção. Encontramos outro restaurante que servia um delicioso brisket texano e milho doce. Chegamos ao KOA de Dallas enfrentando um calor escaldante que rivalizava com os verões de Cuiabá. Nosso “spot” no Camping era em frente a piscina, não hesitamos em sair da nossa varando direto para a agua. Ali conhecemos um casal muito engraçado e simpático, começamos a trocar experiências e contar histórias. Outros campistas se juntaram à conversa, e começamos a entender essa comunidade. Todos se ajudam, compartilham dicas e falam sobre suas aventuras. João estava encantado e não queria perder um minuto. Deixei-o na piscina e fui me encarregar da lavanderia.

Quando o sol baixou um pouco, fomos até o local típico do Texas, Stockyards, com rodeios, shows e touros desfilando pelas ruas. Aqui, é permitido andar com cerveja, e todas as lojas exibem seus produtos de couro, chapéus e botas. Jantamos novamente em um restaurante local movimentado, mas ainda sentíamos uma ponta de desconforto em deixar Guri sozinho. Voltamos e fizemos uma limpeza no “monstrão”, pois a Isa chegaria no dia seguinte e queríamos causar uma boa impressão.

Dia 16/07:

A rotina se repetiu, com um café da manhã tranquilo, limpeza e a espera pela chegada de Isa. Enquanto aguardávamos, andamos de bicicleta e skate para passar o tempo. Ela finalmente chegou, e foi emocionante vê-la se juntar à nossa “expedição”. João estava eufórico e acompanhou a chegada do Uber pedalando desde de o portão do camping. Quando Guri a viu, não parava de fazer festa e latir, eu esperei minha vez de receber um beijo e um longo e apertado abraço. Apresentamos o “monstrão” a ela, explicamos como as coisas funcionavam, com João orgulhoso de mostrar tudo à mãe. Só esperamos que ela terminasse o banho para seguir viagem. Pegamos um pouco de chuva no caminho, a paisagem foi mudando, a cada curva apareciam poços de petróleo típicos de filme, geradores de energia eólicos a perder de vista e cidadezinhas que nos transportavam para um cenário de velho oeste de séries de televisão. Chegamos em Amarillo e fomos conhecer o Cadillac Ranch. Criada em 1974, essa obra é uma das atrações mais icônicas da Rota 66, a instalação consiste em dez carros Cadillac parcialmente enterrados no solo, com suas traseiras voltadas para cima. Os carros foram enterrados em um ângulo que segue uma inclinação semelhante à das Grandes Pirâmides do Egito. Os modelos de carros usados variam desde modelos da década de 1940 até a década de 1960. Todos podem interagir (pintar) os carros, nós também pegamos uma lata de spray e fomos fazer nossa arte. Depois, encontramos um restaurante, era bonito e aceitava cachorro. Ao entrar percebemos que lembrava o Hooters, com meninas com grande decotes e curtos shorts. Havia ao longo da viagem conversado com a Isa que esse “posicionamento” de restaurante possivelmente iria acabara, mas ao menos no Texas ainda é muito popular. Tirando o estereótipo,  fomos super bem atendidos, a comida uma delicia e a cerveja servida em canecão.

Dia 17

Acordei cedo e fiquei explorando rotas no computador, a equação era, lugares interessantes, estradas boas, bons campings e temperatura aceitável. Assim, desisti do plano inicial de seguir pela rota 66 e Grand Canyon (onde já tinha tudo planejado e reservado), comecei a considerar subir para o Colorado ver as Rocky Mountains. O desafio era achar bons Campings, por ser férias nos EUA e pela área dos campings serem menores dali para cima, achar uma vaga era mais desafiador. Os americanos se planejam com muita antecedência para as férias e as vagas se esgotam rapidamente. Mas entendi a dinâmica, muitas vezes, temos que buscar por tipos diferentes de vagas ou ao invés de fazer uma reserva de dois dias, fazer duas reservas, uma para cada dia. Quando a Isa e o João acordaram, fizemos a reunião do board e avaliamos que era o melhor a fazer, ainda que com risco de ficar sem vaga.

Para isso, hoje era necessário vencer muuuitos quilômetros. Pra ser mais preciso, 800kms. As planices e as retas infinitas ficaram para tras e as montanhas apareceram e depois de muito sobe e desce, chegamos ao camping. Hoje mereci um vinho, fogueira, pizza e uma voltinha de bike pra esticar as pernas.

Dia 18

Acordamos antes do sol nascer para ir até as dunas para o João tentar Sand Boarding e a Isa o slide. Quando descemos do RV e o Guri viu aquela imensidão de areia, ele ligou o turbo, ficou eufórico e nada o fazia parar. Cada vez que alguém se preparava para descer ele corria e descia duna, depois já subia novamente. Achei que ele ia ter um treco, fora a quantidade considerável de areia que ele trazia no pelo.

Tomamos o rumo do Rocky Mountain National Park, no inicio paisagens bucólicas, mas  à medida que avançamos, a passagem pelas cidades mais urbanas do Colorado, como Denver e Boulder, a autoestrada tornava a viagem mais tensa. Estava cansado do dia anterior e a direção parecia não render. Finalmente chegamos no KOA Estes, a cidade era incrível e o camping cheio de charme. Resolvemos ficar mais um dia e curtir o local. Aproveitamos o tempo para dar uma bela geral no monstrão. A quantidade de areia era grande, hora de colocar tudo pra fora, lavar as roupas de cama, toalhas e fazer a faxina. Fomos jantar num restaurante no centrinho super gostoso, a beira do rio perto de uma praça onde uma banda tocava musica country. A decisão de estender nossa estadia valeu muito a pena.

Dia 19

Fui dar uma corrida enquanto todos dormem, quando voltei a Isa tinha preparado um delicioso café da manhã do lado de fora do RV com waffel, ovos e tudo mais. Fomos caminhar e andando por uma trilhazinha que leva até a cidade vimos uns alces comendo a folhagem, bem perto da gente. Visitamos toda a cidade e comemos em uma hamburgueria que tinha uma enorme fila na porta. A espera valeu, era realmente delicioso. Voltamos andando pra matar a culpa do hamburguer. No caminho comprei uma pipa com o João e sem sucesso tentamos empinar. Com a ausência de vento, pegamos a bike e o sk8 e fomos dar a volta na represa. Voltamos para o camping para curtir da nossa varanda o por do sol, com queijos e vinho e uma gostosa fogueira.

Dia 20

Queríamos visitar o parque mas tudo que eu lia a respeito dizia que era muito perigoso andar com um veiculo tão grande nas estreitas estradas, além de ser muito cheio nessa época do ano. Resolvi me apoiar na comunidade e fui perguntar para o meu vizinho de camping. Muito solicito, pegou o mapa, desenhou comigo os melhores caminhos e me aconselhou a sair bem cedo. Assim não teria problemas. Dito e feito, saímos cedo, não pegamos qualquer fila para entrar, mas as 9:00 a Isa teria uma reunião e precisávamos de um lugar tranquilo. O problema é que o celular não pegava. Então fomos subindo até o topo de uma montanha onde finalmente tínhamos um pouco de sinal. A Isa se sentou onde havia sinal e de lá não saiu. Sentada na calçada e com computador na mureta, quem passava estranhava, mas a vista era linda. Eu e o João aproveitamos para fotos, passear com o Guri e ficar descendo de sk8. Quando ela acabou a reunião, seguimos o passeio. Subimos ainda mais até ver neve a beira da estrada. O lugar é maravilhoso, vales lindos, floresta mais abaixo e vegetação de altiplano mais acima. Muita vida animal. Ficamos empolgados com o parque e definimos que iriamos esticar ainda mais. Ao invés de seguir para oeste e tomar o rumo do nosso destino, fomos para norte para visitar Yellowstone.

Dia 21

Paramos em Jackson Hole para conhecer a linda estação de ski. Demos uma volta, fomos tomar um café em um local que a Isa conhecia e vendia café da Daterra. Seguimos pelo sobe e desce e chegamos no inicio da tarde em Yellowstone. Nosso camping era perto da entrada e resolvemos já dar uma volta no parque para conhecer. Paramos no primeiro gêiser mas a placa informava que não era permitido descer com cachorro. Fui ligar o gerador para deixar o Guri no RV com ar condicionado mas ele não pegou. Tenta uma, duas, x vezes e nada. Deixamos as janelas abertas e fomos dar uma volta. Mas eu estava bem irritado com isso. Respirei fundo pra não estragar o passeio. Voltamos para o Camping já estava anoitecendo. Tentei consertar o gerador enquanto a Isa foi para o Banho e o João foi brincar. O camping tem uma estrutura impressionante para crianças, a maior até aqui,  quando fui ver o João ele estava imundo de poeira com mais umas 20 crianças jogando “tapa ball”, uma espécie de queimado num campo circular fechado.

Dia 22

Dia de aproveitar Yellowstone, um dos destinos mais icônicos dos EUA, saímos cedo e deixamos para tomar café da manhã no parque. Ainda tentei o gerador mais uma vez e nada, ele é era mais teimoso que eu.  O clima estava agradável e não era necessário ar condicionado, ao menos por enquanto. Passamos o dia explorando, vendo as paisagens, manadas inteiras de bisões, trilhas para ver os impressionantes gêiseres com sua força e cores diferentes. Ao final do dia paramos as margens do Rio Yellowstone para tomar um banho. Na volta a Isa pediu pra descer a bike para ela voltar pedalando. Fiquei preocupado com a distancia e a secura somado ao transito de carros saindo do parque nesse horário e fiquei acompanhando a rota dela pelo gps. Fato curioso, todos nos aconselharam a carregar o spray repelente de ursos. Assim o fizemos e fui alugar um numa loja especializada. No entanto, pra nossa frustração não vimos um urso sequer, achamos que era exagero e uma maneira de gerar receita. No dia seguinte vimos a noticia que naquele mesmo final de semana uma mulher foi vitima de um urso bem perto de onde estávamos e infelizmente veio a falecer. Na duvida, leve o spray.

Dia 23

Agora é estradão sentido San Francisco. Perna longa, 12 horas dirigindo e 1165 kms rodados. Hoje o gerador fez falta, insisti ainda em tenta-lo funcionar, mas nada, agora já somos inimigos. Pegamos muito calor na estrada e o ar condicionado extra faria a diferença. Chegamos em Reno apenas para dormir, nem saímos do camping, por do sol lindo, fogueira e descansar.

Dia 24

Acordei antes do sol nascer e fui correr, voltei para um café reforçado e pé na estrada até Lake Tahoe. Chegamos cedo, demos uma volta fomos a um restaurante na beira do lago e depois para uma praia onde era permitida a entrada de cachorro. O que foi ótimo por que todas as praias estavam bem cheias e essa bem vazia. Tomamos um banho e voltamos para o camping que fica no meio da floresta. Difícil transitar com o monstrão com um caminho tão estreito ente as arvores. Fomos fazer nosso jantar e eu acendi a fogueira. Rapidamente um “vizinho” veio me alertar que ali estava proibido por conta dos grandes incêndios. A mata estava muito seca, eu realmente não havia me atentado a sinalização. Rapidamente apagamos. Fizemos um mega jantar de despedida. Pois amanha passamos o dia mas já vamos dormir em Palo Alto.

Dia 25

Acordamos, fizemos uma trilha ao lado do camping, uma leve subida que levava a uma linda colina onde se podia ver Lake Tahoe de cima. Sentimos que os próximos meses, seriam incríveis e que teríamos que voltar ali em algum momento. Agradecemos muito por termos rodado ao todo 97horas e mais de 7000kms sem grandes sustos. Saímos da Florida, cruzamos Alabama, Mississippi, Louisiana, Montana, Idaho, Nevada, até chegarmos a California. Dirigimos até Palo Alto e estacionamos o monstrão com um sentimento de profunda gratidão por ter dado tudo certo e ao mesmo tempo já com uma saudade. Nos abraçamos e começamos a tirar a infinidade de malas.  Sabíamos que dali em diante começava uma nova experiência na nossa vida com a certeza de que começamos muito bem.

– Ah mais Edu, tem que mexer no esgoto, tenho nojinho. É muito mais fácil do que parece e rapidamente se aprende. A dinâmica do Motorhome, que por vezes se assemelha a de um barco, é muito bacana. Aprendemos a operar com escassez, com mudança de planos, com planejamento (e ensinar para o filho que temos que ter jogo de cintura), temos que ser organizados ( sob pena de nunca achar aquele carregador ou aquele casaco), aprendemos muito com a camaradagem nos campings. Uma chance muito boa de não perder nenhum por e nascer do sol. Coisas simples mas que nos abastecem. A vontade é de não parar e seguir rodando…quem sabe…

Obrigado por seu comentario…em breve lhe responderei…

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